- domingo, setembro 04, 2005 -

Saudade...

Adormeci, sem querer, agarrada a um pequeno teu reflexo... Não queria ter adormecido, preferia ter ficado acordada, os olhos presos na tua lembrança... Porque a saudade mata, a saudade persegue-me, como uma corrente arrastando-se aos meus pés. Tento fugir, tento partir, viajar com os meus sentimentos para outro lugar, para um mundo onde a saudade não exista, esse demónio que teima em não me deixar...
Mas não consigo. Não consigo porque não quero... Porque o demónio da saudade também é um ser de duas faces, transformando-se num ente angelical ao tornar-se em mais uma forma de me sentir mais perto de ti, mais um meio, mais um pretexto para te lembrar, para te querer, para te amar, dessa maneira quase doentia, meio obcessiva... Que me faz recordar todos os momentos, todos os toques... O sentir-te ao meu lado, o leve roçar da tua pele na minha, o sussuro de palavras que me tocam a alma, os olhares meigos...
...acordei. Ainda tinha a tua fotografia na palma da minha mão...