- quinta-feira, novembro 25, 2004 -

Pedaço de mim

"As mãos frias, geladas. Por mais que as esfregasse, o frio voltava. Mas elas eram apenas uma pequena amostra do que o seu coração sentia. Cada vez mais gelado, sentia-o desfalecer numa morte suavemente penosa. Doía-lhe, mas adormecia pouco a pouco, arrastando-a para a berma de um abismo, da qual não tinha forças para se salvar.
Tão pouco tinha motivos para se agarrar às últimas pedras que encontrava pelo caminho, as poucas âncoras que a poderiam prender à vida. A desilusão fora uma chama que transformou o amor que se dizia tão forte como um bloco de gelo num riacho de lágrimas que lhe fluia agora entre os dedos..."

Pode não fazer muito sentido a para quem esteja a ler. Mas simplesmente encontrei um pedaço de papel perdido entre as páginas do meu diário com este desabafo, e gostei de o ler de novo. Fez me sorrir quando me apercebi que até nas piores situações há sempre alguém amigo que nos dá a mão e nos ajuda a levantar. Pode ser que se identifiquem com o que escrevi há uns tempos atrás, que olhem em vosso redor e vejam uma mão amiga.